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O conselho da Petrobras (PETR4) aprovou nesta quinta-feira o pagamento de R$ 20 bilhões em dividendos extraordinários aos acionistas, em reunião que também confirmou um plano de negócios que prevê investimentos de US$ 111 bilhões (R$ 646 bilhões) para o período entre 2025 e 2029.
Do montante total a ser pago aos acionistas, R$ 15,6 bilhões foram aprovados como dividendos intermediários, com base na reserva de remuneração do capital, e R$ 4,4 bilhões como dividendos intercalares.
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O diretor financeiro da petrolífera, Fernando Melgarejo, havia adiantado no início do mês que a companhia poderia anunciar dividendos extraordinários após a aprovação do novo plano de negócios, já considerando novas diretrizes que seriam consolidadas.
Mais limite para endividamento
No novo planejamento, a companhia reduziu o caixa mínimo de referência para US$ 6 bilhões (R$ 34,9 bilhões) ante os US$ 8 bilhões (R$ 46,6 bilhões) anteriores. Além disso, elevou o limite da dívida bruta para US$ 75 bilhões (R$ 436,5 bilhões), ante US$ 65 bilhões (R$ 378,3 bilhões) antes.
“O aumento do teto da dívida considera métricas de alavancagem robustas, mesmo em cenários de baixos preços do contrato de referência do petróleo Brent, além de proporcionar maior flexibilidade em relação à crescente relevância dos afretamentos na dívida bruta”, disse a companhia em comunicado ao mercado.
Segundo a Petrobras, o fluxo de caixa livre permitirá estimativa de “sólidos dividendos”, projetando de R$ 45 bilhões a R$ 55 bilhões de dividendos ordinários no cenário-base, com flexibilidade para pagamentos extraordinários de até US$ 10 bilhões (R$ 58,2 bilhões) no período do plano.
Investimentos
O Conselho aprovou investimentos de US$ 111 bilhões (R$ 646 bilhões) até 2029. O valor já havia sido mencionado no início da semana ao mercado, em movimento que reduziu levemente a participação dos investimentos para a área de Exploração e Produção (E&P) de petróleo e gás ante o plano plurianual anterior.
O total é 9% superior ao previsto no plano estratégico anterior, válido de 2024 a 2028. Cerca de US$ 98 bilhões (R$ 570,4 bilhões) serão investidos na carteira de projetos em implantação e US$ 13 bilhões (R$ 75,6 bilhões) em projetos em avaliação, menos maduros e dependendo de estudos adicionais de sustentação financeira antes do início da execução.
Exploração e produção
A Petrobras planeja aportar US$ 77,3 bilhões (R$ 450 bilhões), cerca de 70% do orçamento de investimentos na exploração e produção (E&P) de petróleo e gás. No plano anterior, a Petrobras havia previsto US$ 73 bilhões (R$ 425 bilhões), ou 72% do total de US$ 102 bilhões (R$ 594 bilhões).
Segundo a companhia, 60% dos recursos destinados aportes destinados para E&P serão para os ativos do pré-sal. Entretanto, a Petrobras informou que manteve “grandes” projetos de revitalização, que buscam aumentar os fatores de recuperação em campos maduros, especialmente na Bacia de Campos.
A companhia também prevê uma média do Custo Total do Petróleo Produzido (CTPP)- que inclui custo de extração, participações governamentais e depreciação e depleção – de US$ 36,5 (R$ 212,43) por barril de óleo equivalente durante esse período, considerando participações governamentais de acordo com o Brent médio estimado como premissa do planejamento.
Com o plano de negócios, a Petrobras projeta elevar a produção de petróleo e gás para 3,2 milhões de barris de óleo equivalente ao dia (boed) em 2029, alta de mais de 14% ante os 2,8 milhões boed projetados para 2025.
“Para fazer frente aos desafios de reposição de reservas, a Petrobras aumentou os investimentos em atividades exploratórias, totalizando um capex (investimento) de US$ 7,9 bilhões (R$ 46 bilhões) no quinquênio (5% superior ao plano anterior)”, afirmou a empresa.
A Petrobras planeja implantar 10 novos sistemas de produção até 2029, sendo que nove já estão contratados. Além disso, há cinco projetos em implantação para além de 2029 e mais seis projetos em estudo. A Petrobras é a operadora de todos esses projetos, com exceção do Raia que é operado pela Equinor.
Refino e transporte
Os investimentos em Refino, Transporte, Comercialização, Petroquímica e Fertilizantes (RTC) foram estimados em cerca de US$ 19,6 bilhões (R$ 114 bilhões) até 2029, acima dos US$ 17 bilhões (R$ 99 bilhões) do programa anterior, que não contava com a rubrica fertilizantes.
Os investimentos em refino visam, principalmente, a aumentar a capacidade do parque da Petrobras, ampliando a oferta de produtos de alta qualidade, como Diesel S10 e lubrificantes, e de combustíveis de baixo carbono, além de buscarem maior eficiência das unidades avançando na descarbonização das operações e no aumento da disponibilidade operacional.
A Petrobras também prevê US$ 16,3 bilhões (R$ 95 bilhões) para iniciativas de baixo carbono, no contexto de transição energética, totalizando 15% do investimento total, contra 11% no plano anterior. O montante é ainda 42% superior ao previsto no planejamento 2024-2028.
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